African Genome Variation Project – Wellcome Sanger Institute
Background
Os estudos genéticos de doenças humanas são mais desafiadores de realizar na África
Nos últimos anos, houve grandes avanços em estudos que visam investigar a base genética das doenças humanas nas populações europeias. Projectos como o Projecto Internacional HapMap têm revolucionado os estudos genéticos nas populações europeias e do Leste Asiático. Há três factores principais que contribuem para os avanços na investigação da base genética das doenças humanas: a disponibilidade de alta precisão, tecnologias de genotipagem de alto rendimento; o tamanho das amostras em grande escala; e uma melhor compreensão da variação da sequência do genoma humano. Entretanto, estudos similares na África subsaariana ainda não foram realizados.
Quando os humanos se reproduzem, os cromossomos ancestrais são quebrados e embaralhados através de eventos de recombinação ao longo de cada geração. No entanto, alguns segmentos de DNA não são fragmentados e são compartilhados entre múltiplos indivíduos. Estes segmentos são chamados haplótipos e podem ser usados para procurar genes associados a uma doença específica. Os haplótipos variam em comprimento e podem ser associados tanto à proteção contra, como ao aumento do risco de doença.
Humans hoje são descendentes de ancestrais que viveram na África há mais de 150.000 anos. Como as populações humanas migraram para fora da África, elas carregaram consigo parte, mas não todas, da variação genética ancestral e, como resultado, as variantes genéticas vistas fora da África tendem a ser subconjuntos das variantes genéticas vistas na África e, portanto, a diversidade ou heterogeneidade genética é maior na África do que na Europa. A longa história demográfica e a variabilidade dentro e entre as populações africanas significa que existem mais haplótipos, e de menor comprimento, a analisar do que dentro das populações europeias. Como resultado, muitos europeus partilham um haplótipo de doença, independentemente da sua origem. Em contraste, a frequência de um haplótipo associado a uma doença em África pode depender do país e do grupo étnico de um indivíduo. Quando se investiga a base genética da doença, os haplótipos há muito conservados observados nas populações europeias significam que é mais fácil identificar aqueles associados ao risco ou protecção da doença do que nas populações africanas, mas também traz o inconveniente de ser mais difícil identificar o gene que confere este risco ou protecção dentro de um haplótipo europeu, uma vez que a região para análise é mais longa.