A bioquímica da reacção do acrossoma

A ligação do espermatozóide à zona pelúcida do oócito (ZP) ocorre através de receptores específicos localizados sobre a região anterior da cabeça do espermatozóide. A ligação da zona pelúcida estimula os espermatozóides a sofrerem a reacção acrossómica resultando na libertação de enzimas hidrolíticas e na exposição de novos domínios de membrana, ambos essenciais para a fertilização. Sugerimos que o ZP se ligue a pelo menos dois receptores diferentes na membrana plasmática. Um (R) é um receptor acoplado a Gi que ativa a fosfolipase C (PLC) beta 1. O outro (TK) é um receptor de tirosina quinase acoplado à gama do PLC. A ligação a R regularia a adeniliclase (AC) levando à elevação da ativação de cAMP e proteína quinase (PKA). O PKA ativa um canal de Ca2+ dependente de tensão na membrana acrossômica externa que libera Ca2+ do interior do acrossomo para o citosol. Este é o primeiro, relativamente pequeno, aumento em i (I) que leva à ativação da gama do PLC. Os produtos de fosfato-inositol-bifosfato (PIP2) hidrólise por PLC diacilglicerol (DAG) e inositol-trisfosfato (IP3) levarão à translocação de PKC para a membrana plasmática e sua ativação. PKC abre um canal Ca2+ (L) dependente de tensão na membrana de plasma, levando ao segundo (II) aumento maior em i. O Gi ou TK também pode ativar um trocador Na+/H+ levando à alkalização do citosol. O PKC também ativa a fosfolipase A2 (PLA2) para gerar ácido araquidônico (AA) a partir dos fosfolipídios da membrana. AA será convertido em prostaglandinas (PG) e leucotriens (LT) pelas enzimas ciclo-oxigenase (COX) e lipoxigenase (LOX), respectivamente. O aumento do i e do pH leva à fusão da membrana e à exocitose acrossomal.