A ONU congratula-se com a revogação em Angola da lei anti-gay, e proibição da discriminação com base na orientação sexual

Parlamentares na nação da África Austral votaram na quarta-feira, de acordo com notícias, para eliminar a chamada disposição “vícios contra a natureza”, com efeito, descriminalizando todas as condutas do mesmo sexo, e estabeleceu um novo código penal que irá proibir a discriminação.

Falando em Genebra na sexta-feira, o Porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) saudou o desenvolvimento. Rupert Colville disse que o governo também proibiu a discriminação contra pessoas com base na orientação sexual.

Congratulações #Angola! ❤️🧡💛💚💙💜 #LoveIsLove #LoveWins https://t.co/KIomGcmuSu- UN Free & Equal (@free_equal) 25 de Janeiro de 2019

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Tanto bem-vinda a decisão, um especialista independente da ONU em proteção contra a violência e discriminação com base na orientação sexual e identidade de gênero, disse que tal legislação “foi uma das causas fundamentais por trás das graves e generalizadas violações dos direitos humanos contra gays, lésbicas, trans e bissexuais”.

No seu comunicado, Victor Madrigal-Borloz, exortou outros Estados a seguir o movimento de Angola, acrescentando que “todos os outros países que ainda criminalizam a homossexualidade, devem observar estes processos de descriminalização como motivação para examinarem os seus próprios quadros legais, e para se conformarem plenamente com este imperativo dos direitos humanos”.

Dos 193 países reconhecidos pelas Nações Unidas, 68 ainda criminalizam a conduta do mesmo sexo.

O Sr. Madrigal-Borloz destacou que a mera existência de provisões, mesmo quando não usadas para processar ativamente casos, “cria um ambiente propício à violência e à discriminação”.

“Em Angola lésbicas, gays, bissexuais e trans têm denunciado barreiras significativas no acesso à saúde, emprego, educação e outros processos essenciais, tudo devido à percepção de que suas próprias identidades são de natureza criminosa”, concluiu.

Comentando a proibição, a ONG Human Rights Watch, observou que a única organização angolana de lobbying dos direitos dos gays, Iris Angola, recebeu o estatuto legal no ano passado, após quatro anos de operação. O grupo de direitos disse que as mudanças marcaram a última reforma iniciada pelo governo do presidente João Lourenço, um ex-ministro da Defesa que tomou posse em 2017.

O grupo chamou a decisão de “momento histórico” permitindo à organização defender os direitos das minorias sexuais em Angola. Moçambique, outra ex-colónia portuguesa, descriminalizou a homossexualidade em 2015, quando também adoptou um novo código penal.